O aumento da população mundial e da demanda por alimentos tem levado ao aumento da intensificação do uso da terra, em escala regional, nacional e/ou mundial, trazendo muitas consequências, como a improdutividade de áreas de pastagem, a degradação de terras agricultáveis e o abandono em virtude da pouca ou nenhuma rentabilidade ao produtor rural. Diante dessa situação, aliar a produção agropecuária com um menor impacto ambiental é de fundamental importância para garantir o sustento de gerações futuras. Os Sistemas Integrados de Produção Agropecuária são ferramentas de sustentabilidade, que têm a capacidade de inimizar os impactos provocados pela agricultura tradicional, por serem práticas conservacionistas. Tais Sistemas são motivados substancialmente pelo aumento da eficácia na recuperação de áreas degradadas, propiciando maior produtividade das pastagens e das lavouras, o que reflete positivamente na produção de carne e grãos, além de melhorias nas qualidades físicas, químicas e biológicas do solo, quando comparados com sistemas convencionais. Apesar disso, os Sistemas Integrados de Produção Agropecuária apresentam limitações quanto à adoção e à disseminação entre os agricultores, muitas vezes devido à dificuldade na captação de recursos e à falta de delineamento para a execução de um bom projeto, evidenciando a necessidade de maior participação de agentes técnicos junto coprodutor rural. Por fim, a larga implementação de Sistemas Integrados de Produção Agropecuária necessita de políticas públicas mais elaboradas, bem como um número maior de estudos junto a instituições de ensino e pesquisa, que validem a propagação de modelos mais sustentáveis de produção animal.

O presente estudo apresenta (em formato folder tam. A4 com dobraduras), um compilado informativo acerca da temática de Ecologia da Paisagem em Áreas Úmidas, levantados durante monitoramento de estratos florestais monoepecíficos e poliespecíficos pelo Projeto Restauração da Biodiversidade, Conservação das Águas e Prevenção dos Incêndios das Áreas Úmidas do Pantanal Estação Ecológica de Taiamã, financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e tem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade - FUNBIO como agência executora.

O Cerrado é formado por um mosaico de vegetação que confere ao bioma uma alta diversidade e uma ampla possibilidade de uso das espécies vegetais por povos e comunidades tradicionais (PCT’s). Esses produtos da sociobiodiversidade são uma alternativa para a conservação ambiental e fortalecem a renda e segurança alimentar desses povos. Assim, esse trabalho objetivou analisar a potencialidade dos Produtos da Sociobiodiversidade do bioma no estado de Goiás, com base na cadeia de usos múltiplos e potencial de comercialização dos PFNMs. Para alcançar o objetivo foi feito um levantamento acerca dos PFNM’s no estado nas bases de dados do IBGE, IMB e FAO, sendo estas ampliadas para busca em artigos, dissertações e teses, livros e periódicos disponíveis em sites de busca indexados para alcançar uma base mais precisa e concreta. Foram registradas sete cooperativas e duas associações goianas que trabalham com extrativismo vegetal, nas quais foram identificadas 18 espécies que são citadas em seis categorias de uso, classificadas em AL: alimentos (18 espécies), COS: cosmético (18 espécies), ME: medicinal (11 espécies), UM: uso múltiplo (11 espécies), ART: artesanato (4 espécies) e GDE: geração de energia (1 espécie). Dentre as espécies listadas, as mais utilizadas pelas cooperativas e associações foram Dipteryx alata (Baru) e Caryocar brasiliense (Pequi), e possuem, quanto ao seu uso, uma distribuição aleatória com maior concentração nas regiões nordeste e leste. Essas regiões têm em comum um baixo IDH, que apesar da existência de programas de fomento estaduais e da importância ambiental e social, não conseguem alavancar a cadeia dos socioprodutos no estado, demonstrando as dificuldades, como a ausência de informações sobre a atividade e comportamento do mercado, com a falta de domínio das etapas de processamento e beneficiamento do produto somadas a baixa infraestrutura básica, colaborando com os bloqueios na promoção da produção e por consequência, na valorização e precificação e seusimpactos positivos e negativos na vida dos PCT’s.

O Pantanal caracteriza-se pelo pulso de inundação monomodal previsível; sua área apresenta uma extensão de aproximadamente 138.183 km², dos quais 48.865 km² (35,36%) estão no estado do Mato Grosso (MT) e 89.318 km² (64,64%) no estado do Mato Grosso do Sul (MS). O Sítio Ramsar Estação Ecológica de Taiamã (EET) está localizado no município de Cáceres-MT, entre os meridianos W 57º 24’ e W 45° 40’ e paralelos S 16° 48’ e S 16° 58’. Para avaliar os impactos causados pelos incêndios ocorridos na UC, foram instaladas nove parcelas permanentes de um hectare em uma área de floresta poliespecífica e monoespecífica. No levantamento realizado em 2019 na área de floresta monoespecífica da Estação Ecológica de Taiamã (EET), foram registradas 21 espécies e 962 indivíduos, onde há a dominância de Erythrina fusca Lour, com 477 indivíduos do total amostrado, seguido da espécie Calophyllum. Na área de floresta poliespecífica no ano de 2018/19 foram amostrados um total de 1.025 indivíduos, distribuídos em 37 espécies. As espécies de maior ocorrência da área foram Trichilia catigua A. Juss, Zygia inaequalis (Willd.) Pittier e Duroia duckel Huber com 466, 104 e 51 indivíduos cada. Os dados e informações levantados evidenciam que o fogo é um fator relevante de alteração da biodiversidade. Estudar regiões que vivenciaram sucessivos episódios de incêndio possibilitou a compreensão do funcionamento de propagação de focos e na adaptação de manejos mais efetivos no controle em planície pantaneira.